segunda-feira, 6 de julho de 2009

adeus mister giant teenager

Poizé o nosso adolescente ficou apenas 2 semanas na nossa instituição, era até abrir uma vaga numa outra instituição. Toda a gente deu graças a Deus, eu até fiquei meio triste.

Na segunda noite fugiu, foi a andar até Skowhegan!! São 15 minutos de carro lol ou seja duas horas a pé. Lá telefonaram ao Bobby e ao Marc para segui-lo na carrinha, não podemos obriga-lo a voltar, só podemos tocar neles caso estejam a aleijar-se ou com tentativas suicidas. A minha companheira de casa diz que isto é o prato do dia onde ela trabalha, adolescentes revoltados a fugirem. Uma vez ela ficou 5 horas a seguir uma rapariga, ia a ouvir os seus cds e a ler um livro na carrinha lol é algo tão natural para ela, para mim foi chocante na altura.

Não estavamos habituados a trabalhar com um adolescente mas acho que fizemos um optimo trabalho, tudo o que tinhamos que fazer era mante-lo ocupado e eu não me importava nada de passar tempo com ele, era como estar em casa com um amigo: jogavamos play station juntos, discutiamos sobre as ultimas do hip hop, viamos Hiphop Battles juntos e riamos que nem uns perdidos.

Penso e reflicto: Isto é um trabalho? Obvio que não estou a desempenhar 100% as minhas funções de educadora social, não tenho qualquer contacto com as familias ou com qualquer decisão tomada sobre as crianças. Mas afinal o que é ser educadora social? Estive a fazer este tempo todo de babysitter? Em parte penso que sim e é assim que deve de ser, porque estou em pleno terreno e posso ver a evolução de comportamentos por observação directa. O meu maior objectivo era observar as crianças e mante-las fora de perigo. Foi sempre minha opção brincar com elas, faze-las rir, ver televisão, dizer parvoices... mas o mais importante reencaminha-las, ajuda-las na sua rotina, evitar que se mordessem, que me atirem com cadeiras, que me empurrem, que me chamem todos os nomes possiveis e imaginarios (em ingles nao me afecta minimamente lol). E quando o evitavel era inevitavel, mostrar que estava ali para as ajudar e que não resolvia curpir-me na cara, bater-me, dar-me socos. Resolvia sim, acalmarem-se e falarmos sobre o que aconteceu, o que poderiamos ter evitado e como proceder na próxima vez que se irritava.


Tou muito feliz pela decisão tomada há um ano atrás, de ingressar no programa ILEX. Aprendi tanto que ainda nem me dei conta do quê exactamente.